Ainda o velho caso da honra...
Antigamente, matar para "defender a honra" era socialmente aceite.
Agora também é, desde que se apanhe um tribunal que refira que "a conduta do arguido teve uma motivação que a comunidade não aceita, mas a que empresta alguma compreensão".
Compreensão, pois claro.
O arguido em questão teve conhecimento que a mulher o traía e não vai de modas: entra por um restaurante dentro e assassina à vista de todos o amante da esposa.
Mais: ainda pede a compreensão das testemunhas (das masculinas, evidentemente...).
"Fiz o que tinha que ser feito. Gostava de saber se algum dos cavalheiros aqui presentes, nas mesmas circunstâncias, não faria o mesmo".
Resumindo, ainda tem a lata de insinuar que qualquer homem que se depare com a mesma situação e se limite a pedir o divórcio e andar com a vida para a frente seja, no mínimo, um cobarde mariquinhas.
De acordo com o Tribunal da Relação, "o arguido queria simplesmente matar o homem que, relacionando-se amorosamente com a sua companheira provocara a sua desonra".
Eu entendo que haja diferença entre homicídio qualificado e homicídio simples. Que as penas sejam distintas.
Mas não dêem estas desculpas, por favor.
8 comentários:
Agrada-me de forma especial o "simplesmente" desta frase:
"o arguido queria simplesmente matar o homem que, relacionando-se amorosamente com a sua companheira provocara a sua desonra".
Claro, simplesmente!
Podia ainda querer passar por casa e dar um enxerto de porrada na mulher, não? Era compreensível.
Olha vá lá. A maíoria destes palhços mata a mulher!
a mulher estava no dito restaurante a jantar com o amante. Provavelmente não lhe fez nada porque oi logo agarrado pelos presentes... mas a questão não é essa. A questão é baixar-se uma pena baseado em factos de "honra"
Pois eu entendo ferpeitamente que se dê 1 shot ao amante da mulher.
se bem te conheço... até lhe davas uma garrafa de vodka inteira.... ;)
oops...tenho que começar a tomar mais cuidado :-(
provavelmente o juíz, ele próprio, já teria sido encornado antes, é o chamado male bonding !!! ;-)
Chiça ... do que eu me livrei!
Para tudo, é preciso "savoir faire".
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