Paulo Francis
Passam dez anos sobre a morte de Paulo Francis. O nome pouco dirá a muita gente. Mas umas voltinhas pela blogosfera brasileira e pelos numerosos exemplos de culta e magnífica truculência que por lá andam mostra que tem muitos e bons seguidores. Ou émulos. Ou será que ele apenas foi um expoente de algo que lá já é endémico e que produz os Nelson Rodrigues e tantos cultores do português demolidor à solta além-Atlântico?
Entre os anos 80 e 90 eu bebia o Francis no "Diário da Corte" que ele enviava para a Folha de S. Paulo a partir de Nova Iorque, e as coisas cheias de soberba, azedume, ternura ou displicência que ele escrevia numa prosa torrencial, falando de tudo o todos. "Fulano? Não presta como escritor. Eu, pelo menos, não o conheço. E se eu não conheço, é porque não presta." Ou sobre a iniciativa oficial de distribuir leite por todas as escolas do Rio de Janeiro: "Isso só vai produzir delinquentes mais saudáveis."
Atenção: quem quiser saber mais sobre o Francis, google cuidadosamente. Esse artigo aí da Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_francis ) está escrito por alguém de quem o próprio Francis diria, numa das suas mais célebres fórmulas: "Despontou para o anonimato."
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