Aos arquitectos e/ou designers
Gosto de ir ler para o jardim. Ler no jardim do Palácio de Cristal é um privilégio, naqueles jardins em cascata, com o Douro ao alcance da vista…
O que me leva à questão dos bancos. Ou, como se diz agora, mobiliário urbano. É tragédia em cima de tragédia, estes arquitectos e/ou designers estão todos loucos. Um jardim deve ser um local calmo onde amigos se possam sentar e conversar. Onde os reformados jogam à sueca e se fazem muitas outras coisas como namorar, estudar…
A foto abaixo é da Praceta Maria da Fonte em Famalicão. (Quer dizer, para ser honesta, nunca li a placa para confirmar, mas sempre ouvi essa designação desde miúda.)
Dá impressão que chegou ali um gajo mal disposto e espalhou as cadeiras. Como raio é que se pode conversar aqui? Aos berros? Uma sueca é impossível e namorar ainda mais. Mas diz que é uma espécie de modernidade…
Temos aqui o jardim do Carregal, bem ao lado do Hospital de Santo António, no Porto. Apesar de pequeno, é lindo, as árvores são enormes e tem uma arca d’água. E tem também estes caixotes, que supostamente são bancos. Mas o que é que esta gente tem contra um banquinho básico, onde se possam apoiar as costas e não se fique com o rabo gelado no Inverno? Se eu fosse um dos muitos velhotes que moram ali na zona, tinha feito um abaixo-assinado.
Este aqui é um modelo velhinho, no Palácio, mas que cumpre a sua função. Se levarmos um casaquinho de malha, até dá para fazer de travesseira e ler deitada. Qual é a dificuldade em fazer bancos confortáveis? Tanto mestrado em ergonometria (ou ergonomia?) e os caixotes são o vosso melhor resultado?
ps - fotos tiradas com telelé, o cabo da digital continua missed in action.